quinta-feira, 29 de março de 2012

Navegação astronómica - coordenadas horárias




O Sistema de Coordenadas Horárias é constituido por:

·                Plano fundamental – o plano do Equador celeste

·                Eixo Fundamental – o eixo da esfera celeste

·                Direcção de Referência – a direcção do meridiano de GW ou o do meridiano do lugar



As coordenadas fundamentais utilizadas neste sistema são o Ângulo Horário e a Declinação:

Angulo Horário Astronómico ( h ) -  ângulo formado no polo elevado pelo meridiano de referência e o circulo horário do astro.

É medido pelo arco do Equador compreendido entre o meridiano de referência e o circulo horário do astro.

Conta-se a partir do meridiano de referência de 0º a 360º no sentido Oeste (sentido retrógrado, sentido dos ponteiros do relógio).



Declinação  ( d ) - É o angulo formado pelo raio da Esfera Celeste que passa pela posição do astro e a sua projecção sobre o Equador.

        É medido pelo arco do circulo de declinação do astro compreendido entre o Equador e o astro.

        Conta-se de 0º a 90º para Norte ou para Sul do Equador.



Ào Ângulo Horário anda associado o Ângulo no Pólo:

Angulo no Polo (P) - ângulo formado no pólo elevado pelo meridiano de referência e o circulo horário do astro.

É medido pelo arco do Equador compreendido entre o meridiano de referência e o circulo horário do astro.

Conta-se a partir do meridiano de referência, de 0º a 180º para Leste ou para Oeste.  Em consequência, terá que ser referido como Ângulo no Pólo Leste (PE) ou Ângulo no Pólo Oeste (PW)



A prática de Navegação Astronómica apela frequentemente para a relação entre o Ângulo Horário e o Ângulo no Pólo. Ambos transmitem a relação entre um meridiano de referência e o circulo horário do astro, mas poderão ter caracteristicas diferentes. Assim:

1.        Quando o ângulo horário é menor que 180º, o ângulo no polo é Oeste e igual ao angulo horário. Pw=h.

2.        Quando o ângulo horário  é maior que 180º o ângulo no polo é Leste e igual à diferença para 360º do valor do angulo horário.



À Declinação anda associada a Distância Polar:

Distância Polar  ( D ) - É o angulo formado pelo semi-eixo da esfera celeste que contém o polo elevado e o raio da esfera que passa pelo astro.

É medido pelo arco do circulo de declinação compreendido entre pólo elevado e o astro. Conta-se de 0º a 180º a partir do polo elevado.



As coordenadas horárias de um mesmo astro, principalmente o ângulo horário ( ou o ângulo no polo) variam de lugar para lugar e no mesmo lugar variam de acordo com o instante considerado. Tal como as  coordenadas horizontais, dependem da posição do observador, designando-se também de  Coordenadas Locais”.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Curiosidades da orientação do ponto cardeal Norte


Este é um método bastante prático e serve para nos orientarmos rapidamente numa situação de emergência, por exemplo.
O único instrumento necessário é um relógio analógico e o Sol.



1 - Aponte a linha vertical do seu relógio (ou seja, aponte as 12 horas) para o Sol.
2 - Verifique a posição do ponteiro das horas e calcule a metade da distância dele para as 12 horas. Pronto, esta é a orientação norte-sul.
Resta saber qual é o norte e qual é o sul. Sabendo em que hemisfério estás, o Sol geralmente está na direção oposta, isto é, para quem está no hemisfério sul o Sol estará para o norte e vice-versa. Exceto para regiões próximas do equador onde o Sol oscila de norte a sul durante as estações do ano.


Como funciona este método?
Sabemos que o ponteiro das horas de um relógio dá duas voltas completas por dia (12 horas cada volta). Por outro lado a Terra dá apenas uma volta por dia. Quando usamos a metade da distância do ponteiro das horas até a posição das 12 horas estamos simulando um ponteiro virtual que gira com a metade da velocidade do ponteiro das horas, isto é, uma volta a cada 24 horas. Assim este ponteiro virtual que gira no sentido contrário do movimento aparente do Sol no céu fica estacionário em relação a Terra, ou apontando sempre para a mesma direção, a direção norte-sul.




Se você é totalmente leigo em orientação, lembre-se que o Sol nasce no leste e se põe no oeste.

domingo, 4 de março de 2012

o sistema DGPS em Portugal

Novo sistema de radionavegação de base terrestre



O DGPS é um sistema de radionavegação muito rigoroso que compara os sinais recebidos dos satélites GPS (Sistema de Posicionamento Global), utilizando posições de referência da Estação DGPS.


Determina correcções a aplicar e difunde-as aos utilizadores melhorando, deste modo, a exactidão da posição calculada a bordo.
O DGPS vem contribuir para a melhoria da navegação, proporcionando aos navegantes marítimos, ou outros, a capacidade de detectar, quase em tempo real, avarias ou falhas nos satélites GPS. Permite assim, uma navegação mais segura em águas costeiras e restritas, a realização de provas de governo e manobra com mais precisão, permite efectuar o posicionamento de bóias e proceder a levantamentos hidrográficos (oceânicos e costeiros) com maior rigor. A fiabilidade deste sistema é de tal importância que, por exemplo nos Estados Unidos, após a implementação de uma rede DGPS costeira, prepara-se já uma rede DGPS que cubra todo o território continental.
Em Portugal continental, a Marinha tinha já duas estações DGPS, uma no Cabo Carvoeiro, em Peniche, a outra, no Cabo de Sagres, operacionais desde 2002. Agora contam-se mais duas a funcionar em pleno: a estação da Horta e a de Porto Santo. De forma geral, cada Estação DGPS alberga duas antenas de transmissão, uma cabine onde se encontram diversos equipamentos e infra-estruturas de apoio ao sistema Diferencial GPS e a casa do gerador.
Além destas estações DGPS, foi instalada na Direcção de Faróis, entidade agora responsável pela "vida" da rede DGPS, uma estação de controlo, que efectua a monitorização e controlo, em tempo real, do funcionamento dos vários componentes das 4 estações.
No que respeita à área de coberturta, estas estações abrangem a quase totalidade da ZEE de Portugal continental, e dos Arquipélagos da Madeira e Açores.
Durante a cerimónia, realizada no dia 13 de Outubro, decorreu uma breve apresentação e historial da rede DGPS em Portugal, pelo Comandante Sardinha Monteiro, um dos responsáveis pelo projecto. De seguida, procedeu-se à assinatura do auto de recepção definitiva do sistema, aviso à navegação declarando a operacionalidade plena das estações e do auto de transferência da responsabilidade, da operação do sistema, do IH para a Direcção de Faróis.
Ao encerrar a sessão, o Chefe do Estado Maior da Armada, Almirante Vidal Abreu, destacou a importância deste "projecto de inovação da Marinha, com benefícios efectivos para a segurança e economia de quem anda no mar."
Com a concretização do projecto DGPS, Portugal volta a ter um sistema de radionavegação de base terrestre, tornando-se as estações DGPS as dignas sucessoras das estações Omega diferencial, implementadas também pelo Instituto Hidrográfico, na década de 1970.




antenas de DGPS




sábado, 3 de março de 2012

Geratriz do movimento, na cinemática, aplicada no Radar

Posições particulares do eco

CPA  e  TCPA
 

CPA  -  Closest  Position  Approaching

Ponto, da geratriz de movimento, mais próximo do OS (centro do indicador do radar). Na prática a noção de CPA pode surgir um tanto deformada, traduzindo muitas vezes a distância entre o ponto CPA própriamente dito e o OS.

Para determinar o CPA seguem-se os seguintes passos (ver Diagrama    ):

1.    Recorrendo ao registo de 2 ou 3 posições sucessivas do eco define-se a geratriz de movimento do navio observado;

2.    A partir do centro do indicador (ou do centro da rosa de manobra) baixa-se a perpendicular à geratriz de movimento;

3.    O ponto definido na geratriz pelo pé da perpendicular é o CPA;

4.    A distância entre o centro do indicador e o CPA é a distância ao CPA, muitas vezes referida, senão todas, como o valor do CPA.

TCPA  -  Time to Closest  Position  Approaching

Hora a que o navio observado atinge o CPA.

Para calcular o TCPA, depois de determinado o CPA, seguem-se os seguintes passos (ver Diagrama):

1.    Calcula-se a velocidade relativa dos navios com base nas posições sucessivas do eco sobre a geratriz de movimento;

2.    Mede-se a distância entre uma dessas posições e o CPA e, recorrendo ao valor da velocidade relativa calculada, calcula-se o intervalo de tempo que o eco demora a percorrer essa distância.

3.    O  TCPA  é a hora que resulta da soma desse intervalo de tempo à hora correspondente à posição utilizada no ponto anterior.

Exemplo   ( Diagrama )

Considere-se o navio de referência a navegar à proa 070º com uma velocidade de  15 nós. Observou sucessivamente um eco tendo feito os seguintes registos:

                                                1000          Zv= 006º             d= 9.0 mi

                                                1006          Zv= 001º             d= 7.0 mi

                                                1012          Zv= 351º             d= 5.0 mi


Recorrendo à rosa de manobra, localize as sucessivas posições do eco, trace a  geratriz de movimento, calcule a velocidade relativa dos navios, localize o CPA, indique a distância ao CPA e calcule o TCPA.


luzes e balões - R.I.E.A.M.